AUTODESCOBRIMENTO – UM CAMINHO DE LUZ
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Falemos sobre como motivar-se para buscar a transformação interior. A ideia é levantarmos algumas questões que se oferecem em muitas oportunidades como limitadoras ao nosso interesse em buscar essa transformação, e ao mesmo tempo também levantarmos algumas questões que possam impulsionar o nosso interesse nessa direção.
Uma questão de perspectiva
Eu gostaria de começar perguntando: quantas formas nós temos para ver um copo que tem água pela metadei? Temos duas formas. Mas antes de falarmos sobre as duas formas gostaría de deixar bem claro o seguinte: fatos são fatos. Fatos correspondem a manifestação da realidade à nossa percepção, mas ainda que os fatos sejam fatos será que há apenas uma forma de vê-los? Ou, poderemos vê-los de várias maneiras? Quem sabe um olhando o copo diria: “O copo está vazio pela metade”. Outro diria: “Não o copo está cheio pela metade”.
Se nós tomássemos alguém que estivesse trilhando um caminho, chegando na metade de sua caminhada, quem sabe diria o seguinte: “Ainda falta metade do caminho para que eu alcance o objetivo”. Ou quem sabe o pensamento que lhe viria seria: “Já andei metade do caminho para alcançar o meu objetivo”.
Fica ai essa questão. Ao longo de nossa exposição, certamente isto deverá produzir algum tipo de resultado dentro de cada um de nós.
Mas ainda outra questão sobre a nossa transformação. Em tudo que nós vemos na criação de Deus não vemos grandes saltos, mas percebemos que a transformação manifesta-se continuamente.
Se nós tomássemos a nossa transformação, valendo-se novamente do copo. Só que dessa vez considerando o copo cheio, porém com água suja, muito suja. Quantas maneiras existem para que possamos limpar a água desse copo? Quem sabe de uma forma afoita nós já imaginaríamos, simplesmente jogando, atirando a água fora. Mas será a única forma de limpar a água do copo? Se nós buscarmos o exemplo na criação, do ritmo em que as modificações acontecem, quem sabe concluiríamos de que a forma para renovar a água suja seja jogarmos gotas de água limpa, uma atrás das outras, uma após outra, uma quantidade muito grande de gotas. O que vai acontecer depois de um certo tempo que ficarmos jogando essas gotas de água limpa no copo de água suja? Restará, apenas água limpa.
Então parece-me que é essa a perspectiva que nós devemos ter em nossas buscas. Gotinha a gotinha.
Reforma Íntima (?)
Esse convite a renovação, a transformação interior, comumente nós conhecemos dentro do Espiritismo como “Reforma Íntima”. “Reforma Íntima”, o que esse termo sugere a vocês? Procurem ai dentro de vocês, que imagem esse termo cria em suas mentes. Se tivesse um som essa imagem, como seria esse som? Agradável, meio desagradável, como é. Qual é a sensação que esse termo “Reforma Íntima” traz para você?
Aqui nós começamos a tomar uma questão, no sentido de termos muito cuidado com os significados das palavras.
Eu perguntaria a vocês: se nós tomássemos uma semente, de uma árvore, nós poderíamos dizer que esta semente precisa ser reformada porque ela não oferece frutos, tampouco sombra e nem flores?
O termo “reforma” pode sugerir coisa estragada, será que há alguma coisa estragada numa semente de uma planta, de uma árvore. Devemos reformar uma criança que tem dificuldade em dar os seus primeiros passos? Há alguma coisa quebrada na criança? E você, e nós quando nos lançamos à nossa caminha evolutiva, nós tropeçamos à semelhança da criança que começa a andar. Agora nós tropeçamos porque tem alguma coisa quebrada em nós? Alguma coisa estragada?
As sementes e as crianças transformam-se, evoluem, crescem, aprimoram-se, progridem no lugar de serem reformadas. Os espíritos também.
Portanto, parece-me que não é conveniente associarmos ao termo de que nós sejamos portadores de algo que deva passar por algum tipo de “assistência técnica”, porque esteja quebrado.
Quem é você?
Isso nos levaria logo para a seguinte questão: quem somos nós? Há resposta para essa questão? Eu não perguntei o que está escrito no RG. Estou perguntando sobre aquilo que nós carregamos independente dos vários RG´s que já ostentamos em nossas milenares encarnações. Quem somos nós afinal?
Santo Agostinho lembrava-nos de uma coisa curiosa, de que nós ficamos embevecidos, maravilhados diante da natureza, do céu, das árvores, das plantas, dos pássaros, dos animais e temos dificuldade para admirar a nós mesmos que somos a expressão máxima da criação de Deus. Nós temos dificuldade em maravilharmo-nos conosco, mas fazemos isso com o restante da criação. Quem sabe em nossa cabeça continua aquele conceito que somos coisa estragadas que nós somos defeituosos, nós estamos “batendo pino”, estamos “queimando óleo 50”, qualquer coisa desse tipo.
Quando nós examinamos o corpo humano, e há uma réplica do corpo humano logo na entrada do Departamento de Reencarnações, lá no Nosso Lar, André Luiz faz menção sobre ela, maravilha das maravilhas. Sob qualquer aspecto que nós tomemos para analisar o corpo humano, certamente iremos nos debruçar sobre esse templo maravilhoso que é o corpo humano. Se eu comparasse o corpo humano como um bólido da fórmula 1, eu perguntaria botaríamos um “barbeiro” para dirigir esse carro? Ou iríamos procurar o melhor condutor para esse veículo. Então se nós estamos dentro de um corpo que tem essa maravilha que nós admiramos a cada momento por que o mesmo não acontece com o seu detentor? Sabemos inclusive que o corpo físico tem uma expressão efêmera enquanto que nós como espírito temos uma caminhada permanente.
Somos filhos de Deus, criado à sua imagem e semelhança. Somos espíritos imortais e perfectíveis. Quando alguém aborda isto dessa forma logo poderão dizer: presunção. Achar que a criatura humana tenha essa qualidade é presunção! Isso nós leva a perguntar: não será presunção colocar-se numa condição que conseguimos encontrar defeito na criação de Deus? Não será essa a presunção? Reconhecer a perfectibilidade que carregamos como espíritos, reconhecer a perfeição por estarmos dentro da criação de Deus não parece ser presunção. Parece, antes de tudo, ser um ato de humildade, por reconhecermos a grandiosidade de Deus.
Temos dificuldade para entender isso, porque fazemos uma confusão, quando olhamos para nós mesmos, entre aquilo que nós “somos” e aquilo que nós “estamos”. Quando alguém diz aquele lá é tal coisa, aquele é ladrão, aquele é assassino, aquele é vagabundo, aquele é isso e aquilo. Nós não somos nada disso, nós somos filhos de Deus, temos como expressão da nossa essencialidade aquilo que nós recebemos de Deus que tem caráter divino. Entretanto na busca da percepção dessa perfeição nós temos que adestrar o nosso comportamento, temos que adestrar a nossa percepção, e aí então nós “estamos’ isso, “estamos” aquilo”.
Vejam só, se nós considerarmos aquilo que nós somos como essência, não há nada para mudar. Onde devemos buscar a transformação e na maneira pela qual nós nos relacionamos, ou seja, o nosso comportamento, o nosso entendimento. Toda vez que somos convidados a amar o próximo, fica complicado amarmos um assassino, amar um criminoso, porém não é isso o que se pede. O que se pede é que reconheçamos em cada um que está em nossa volta a criatura divina que ele é. Essa é a criatura que devemos amar.
As mães sabem fazer isso com maestria. Não aprovam o comportamento do filho quando era, mas em absoluto deixa de ter amor por seu filho. Na verdade ela está reconhecendo a essencialidade divina que o filho carrega.
Quando somos convidados a exercitar a humildade, não sei por que cargas d´água, quase sempre queremos nos rebaixar, dizendo: olhe que droga eu sou, sou uma droga como todos os demais. O convite para o exercício da humildade, não é para nivelarmos por baixo, ao contrário é para que reconheçamos aquilo que temos como mais precioso que é a divindade que carregamos dentro de nós. Portanto, ser humilde é reconhecer que o outro e todos são tão grandes como nós. Nos igualamos na grandeza que Deus nos confere, não na mediocridade.
O plano espiritual é a sua verdadeira casa
Outra coisa que também, em muitas vezes, causa certa dificuldade em nossa trajetória transformista, ou evolutiva, é que achamos que a nossa casa é aqui, no plano físico. Na verdade somos criaturas espirituais exercendo uma experiência transitória nos planos físicos. Portanto, retornar para a pátria espiritual é a coisa mais normal que pode ocorrer. Chegará o dia, inclusive, quando vencidas as experiências reencarnatórias, permaneceremos de vez no plano espiritual. Lá é a nossa casa. Entretanto não iremos diminuir a importância dessas excursões que fazemos em nossas múltiplas reencarnações. Mas lembremos sempre, somos criaturas espirituais, no momento utilizando-se de um corpo físico, vivenciando lições no plano físico.
Reforma Íntima = Transformação, evolução, crescimento, progresso, aprimoramento
Nessa altura, poderíamos propor uma maneira diferente para falarmos sobre a mesma coisa, sobre a “Reforma Íntima”. Outra forma de ver isso é como a própria Doutrina Espírita nos ensina que é a evolução espiritual.
A evolução espiritual manifesta-se de duas maneiras básicas: pelo nosso crescimento intelectual, pelo aumento de nosso entendimento das coisas, e pelo nosso crescimento na moralidade.
Evoluímos intelectualmente no sentido de entender e reconhecer as leis de Deus. A nossa evolução moral corresponde a trazermos essas leis de Deus para a nossa vida, tendo-as como orientadoras máximas da nossa caminhada. Portanto, podemos entender que a busca dessa transformação interior quer dizer crescimento, quer dizer harmonia, quer dizer progresso. A lei do progresso é uma lei natural, tudo caminha na busca do reconhecimento da perfeição que foi semeada por Deus em todos nós, em todas as suas criaturas.
Se tomarmos esse propósito, dessa forma, queremos crescer, queremos nos aprimorar, queremos evoluir intelectualmente, queremos evoluir moralmente. Que imagem isso sugere para cada um de nós. Uma imagem melhor do que aquela primeira. Aquela em que pensávamos que havia alguma coisa quebrada em nós.
Afinal o que buscamos na vida e dentro das religiões?
O que é que procuramos da vida e quando nos aproximamos das religiões? É bem verdade que muitos de nós, para não dizer a maioria, chegam às religiões, quase sempre empurrados por uma necessidade imperiosa, normalmente uma doença aguda que não teve solução lá com seu médico, ou não teve nem a possibilidade de acessar esse tipo de recurso.
O que deveríamos procurar nas religiões? É claro que toda vez que alguma coisa estiver doendo profundamente podemos procurar a casa de Deus. Procuremos a casa onde Jesus está esperando, ou mesmo em outras casas de outras manifestações não cristãs, mas certamente casas de Deus que se espalham pelo mundo todo.
O que buscamos fundamentalmente é algo muito simples, buscamos a felicidade. A felicidade é o grande objetivo atrás do qual estamos. Como poderemos declarar mais especificamente esse objetivo tão grande. A felicidade encontra-se na maneira pela qual nos relacionamos. Com quem? Como nos relacionamos com Deus, como nos relacionamos que aqueles que nos cercam, os nossos irmãos, como nos relacionamos com as demais criaturas de Deus, os animais, os vegetais, os minerais, enfim como é o nosso relacionamento com toda a obra toda de Deus. E ainda algo de grande importância, como você se relaciona consigo mesmo.
O aprimoramento do relacionamento com Deus, com o próximo, com as criaturas de Deus e conosco mesmos. Essa é a maneira pela qual podemos detalhar o objetivo da busca da felicidade. Então temos que ter bem claro em nossa mente que ao entrar em uma igreja, ao entrar em um centro espírita, ao adotar uma manifestação religiosa, nós estamos em busca da essencialidade da vida que é a felicidade. E nós fomos criados para alcançar a felicidade.
O medo e a culpa como formas de motivação
Entretanto, até o hoje o mais comum é sempre recebermos convites ameaçadores. As religiões, eu diria muito mais no passado, algumas ainda insistem no presente, mas começam a tomar um rumo diferente, adotando aquilo que podemos chamar de “pedagogia do terror”. Vamos assustar bem as pessoas porque assim elas serão salvas.
Essa ideia de ser salvo quer dizer que estou perdido. Isso é parecido com a história de que eu estou “quebrado” preciso ser consertado.
Felizmente, esse terrorismo começa a enfraquecer-se pela ausência de algumas figuras atemorizantes, entre elas o famoso inferno. Dentro da Doutrina Espírita felizmente aprendemos que o inferno não existe. Podemos até brincar dizendo que as portas do inferno foram fechadas por uma total desatualização tecnológica. Onde já se viu pessoas sendo fritadas no enxofre quando temos a energia atômica, o laser. Um “laserzinho” seria algo muito mais poderoso.
Afinal do que você quer livrar-se. Quase sempre ao chegarmos às religiões estamos com medo de alguma coisa. Queremos nos livrar de alguma coisa. Do inferno não é, não há o inferno. Ah, quem sabe quero livrar-me do passado, carrego tantas culpas em relação a ele.
Passado. Obrigado passado, você fez o melhor por mim, trouxe-me até aqui. E aqui estou numa posição privilegiada, aonde eu posso ver o presente e o futuro. Não há culpas porque no passado cada um fez o melhor que estava ao seu alcance. Convençamo-nos disso. Lembre-se, nós tropeçamos, tropeçamos por nossa inabilidade não porque gostemos de tropeçar. Quem é que não se empenha em sua vida buscando o melhor. Achamos que não é bem assim.
Diria que no lugar da culpa melhor será colocarmos um conceito bastante diferente: não sejamos culpados, sejamos responsáveis. E qual é a diferença?
O conceito de culpa é um convite para se punir, eu sou uma droga, portanto vou autoflagelar-me. As vezes buscando autoflagelar-se fisicamente, porém como isso está meu fora de moda, flagelamo-nos intimamente.
A responsabilidade é convite diferente, tomamos como obra nossa os efeitos de nossas atitudes, de nossos pensamentos, de nossas palavras e propomo-nos a responder por aquilo que produzimos. Não por que sintamo-nos culpados e sim por sentirmos necessidade de alcançarmos harmonia em nós. Toda vez que fazemos algo fora de sintonia com as leis de Deus, algo deixa de ir bem aqui dentro, sentimos isso.
Que não seja esse um sentimento de culpa, que isto seja uma vontade de caminhar, de aprender, de realizar e de reparar as coisas erradas que foram feitas. Portanto, libertar-se do passado é ótimo. Deixemos o passado com sua obra magnífica que poude trazer-nos até aqui. Já imaginaram sem ele onde estaríamos.
Fixe o objetivo de maneira positiva para que seja estimulante
Podemos fazer uma sugestão, essa busca, essa transformação, esse crescimento, essa evolução, fixemos isso como nosso objetivo, mas fixemos de uma forma positiva. Devemos ir atrás daquilo que queremos e não daquilo que queremos evitar.
Podemos até valermo-nos de algumas colocações interessantes. Como todos vocês são meus amigos vou fazer um pedido e que não irão recusar em atender.
Nesse exato momento eu gostaria que nenhum de vocês, nenhum visse aquela maçã vermelha e suculenta.
O que foi que aconteceu ai? Quantas maçãs vocês viram? A caixa toda. Mas pedi para não verem maçãs, como é que ficaremos?
Já pensaram, numa situação onde o seu filho via atravessar a rua, ai então você diz a ele: cuidado para não ser atropelado. O que será que virá na mente dele? Ele sendo atropelado. É o mesmo como no caso da maçã.
Como é que falaríamos ao nosso filho que fosse atravessar a rua. Atravesse a rua com segurança, atravesse a rua com cuidado e não com uma proposta para evitar algo. Queremos que ele alcance o outro lado da rua em segurança. É isso que queremos e não que não seja atropelado.
Busque aquilo que você quer ao invés de afastar-se de coisas desagradáveis, ou de reprimir-se.
Ah, agora poderemos voltar ao copo com água suja.
Jogar a água suja fora é aquilo que pensamos que podemos fazer reprimindo aquilo que não nos agrada. Toda vez que reprimirmos algo em nós, fortalecemos ainda mais essa coisa em nós.
Ah, eu não quero ser egoísta. Vai ser mais.
O que devemos buscar? Eu quero ser altruísta eu não quero deixar de ser egoísta.
Querer ser altruísta não corresponde às gotas de água limpa que estarei jogando no copo com água suja que seria o egoísmo? O que acontecerá ao egoísmo que ficar embaixo das gotas incessantes? Irá se desintegrar.
Esta é a grande proposta na vida, vá atrás daquilo que você quer. Não tome mais como profissão de fé, de interesse na vida querer se afastar daquilo que não quer. Se conseguíssemos afastarmo-nos de tudo aquilo que nós não queremos não teríamos chegado a lugar nenhum. Simplesmente estaríamos numa condição neutra. Queremos muito mais do que ficar em uma condição neutra, queremos estar em uma posição altamente positiva.
Será pecado buscar o prazer?
É evidente que estamos tocando em vários assuntos que exigem um aprofundamento que dentro do tempo disponível que temos não é possível, portanto estamos dando uma visão geral.
Tem uma coisa aqui, por exemplo, que atrapalha muito nossa cabeça. Prazer é pecaminoso. Quantas vezes ouvimos isso em nossa vida? Será que Deus quer que procuremos a felicidade suprimindo o prazer?
Há alguma coisa errada você sentir prazer ao alimentar-se? Já imaginou se não fosse assim, as criancinhas não tomariam a “papinha” de jeito nenhum. Se é bom para as crianças por que não é bom para o adulto também? O nosso equivoco é que muitas vezes acabamos por nos transformar em glutões. Empaturrarmo-nos com aquela comida toda e aí a busca não é a do prazer, veremos a consequência, virá a azia, virá a dor de estômago, quem sabe coisas mais sérias até.
A nossa orientação é buscarmos o prazer e não afundarmo-nos em martirilógios, especialmente os autoprovocados. Autoflagelação é destruição que não é agradável à lei de Deus. Entretanto a busca do prazer, certamente vai encontrar um significado uma expressão maior se dermos uma direção espiritual para nossa vida. Porque, verdadeiramente, o que nos dá prazer são as coisas que embelezam o espírito e que levamos em nossa bagagem quando voltamos à nossa pátria espiritual. Assim, muito pouco tem a haver com as coisas materiais, o que também não quer dizer que estas não estejam aqui de forma que possamos usufruir dos prazeres dos recursos que Deus coloca à nossa disposição. Portanto, busque conhecer as leis divinas e viver de acordo com elas, isso é buscar o que você quer e não afastar-se daquilo que não quer.
Como é o seu relacionamento com Deus?
Num passado mais distante, lembram-se que haviam deuses para cada coisa. Deus para isso deus para aquilo. Como haviam vários deuses, tínhamos maior facilidade em atribuir funções específicas para cada um e agrupá-los em deuses bons e deuses malvados ou ruins. Havia um deus dos raios, um deus das chuvas, um deus das pragas. Haviam também aqueles responsáveis pelos benefícios e proteção dos homens. Enfim havia uma infinidade de deuses.
Ao evoluirmos entendemos que nada disso estava correto e que havia apenas um Deus. Ainda em nosso entendimento restrito acreditávamos que todos aqueles deuses deveriam ficar reunidos em um único Deus. Mas como conciliar essa ideia já que haviam deuses bons e deuses maus. Reunir os atributos dos deuses bons em um único Deus, tudo bem, entretanto não seria aceitável que os maus fossem reunidos a esse mesmo Deus. Eis então que surge a ideia brilhante, porque não reunir os deuses maus em uma figura demoníaca? Acabávamos de inventar o diabo.
Mesmo assim, os atributos dos deuses que preocupavam-se em nos punir, através de diferentes castigos, nas ocasiões em cometêssemos erros ficaram reunidos ao único Deus. Deus que se ira, Deus com características semelhantes às nossas fraquezas e limitações.
Jesus veio e numa frase singela deu-nos a perspectiva correta de Deus: Deus é Pai. O que devemos entender por essa expressão? Deus é aquele que acolhe-nos sempre. Deus é aquele que está permanentemente ao nosso lado. Fazem bem os escrevem em seus carros: se Deus está conosco quem é que poderá estar contra nós.
Deus cuida para que tenhamos todas as oportunidades necessárias para alcançarmos nossa plenitude. Então se porventura o seu relacionamento com Deus é de medo, de temor. Para ilustrar esse relacionamento há até uma expressão: ele é temente a Deus. Não será melhor dizermos sermos filhos que amam o seu Pai?
Nós amamos a Deus. Deus nos ama, não há por que temê-lo. Como poderemos temer o nosso Pai. Inclusive, está na hora de pararmos de assustar as crianças. Coma a sua comidinha senão Deus castiga. Faça sua lição senão Deus castiga também.
Deus não castiga ninguém, ele só oferece oportunidades.
Como é o seu relacionamento com sua religião?
Observando as pessoas que se dirigem para os templos notamos algo inusitado. Enquanto na rua evidenciam semblantes de alegria, de descontração e despreocupação, enfim de alto astral. Entretanto, basta colocarem os pés no interior do templo de sua religião e surge a transformação. Como se logo na entrada houvesse à disposição dos frequentadores máscaras, especialmente com fisionomias de choro.
Quanto ao ambiente, notamos de forma geral que são escuros, as pessoas movimentam-se encolhidas, os bancos são desconfortáveis. De onde terá surgido a ideia que em nosso encontro com Deus, nos templos, na casa onde vamos adorá-lo, não possa haver alegria, para não dizer alegria contagiante e esfuziante.
Quando vamos ao encontro de Deus, no templo de nossa religião, estamos realizando o encontro mais importante e fabuloso de nossa vida. Isso é motivo de alegria, os locais devem ostentar muitas luzes e flores e tudo que possa alegrar o ambiente.
Que mundo injusto, sobram sofrimentos para todos
Quando cogitamos de participar de um religião, quando começamos a pensar em nossa transformação interior é comum depararmo-nos com uma ideia bastante desanimadora: que mundo injusto é esse em que nós vivemos. Há sofrimentos para todos.
O entendimento inadequado sobre os sofrimentos dá origem ao desânimo que acaba por desmotivar-nos. De que adianta procurar melhorar, procurar entender as leis de Deus se a injustiça graça nesta Terra.
A primeira questão, que aqui não será detalhada, que muda dramaticamente o nosso entendimento a cerca desse mundo de injustiças é a reencarnação.
Ao considerarmos a reencarnação temos um panorama completamente modificado. As criaturas não são “zero km” nesta vida, são viajantes bastante experimentados de milhares de vidas anteriores.
Ao encadearmos todas essas vidas começamos a entender as coisas, inclusive os motivos das coisas que acontecem com cada um de nós. Entendemos os motivos das oportunidades terem a aparência de não serem distribuídas com igualdade. Concluímos até que não existem inocentes sofrendo, pois a cada um será dado segundo suas obras.
Outro aspecto que necessita de nossa compreensão é a miséria tão presente em nosso mundo.
Como será o mundo de Deus. É um mundo de misérias ou é um mundo de abundância. Quem é o mais rico do Universo. Deus, não é verdade? E Deus é Pai, não é assim? Qual será o interesse de Deus de que nós passemos por privações?
Aqui há uma ideia sobre a qual poderemos elaborar bastante que é o conceito da riqueza virtual.
Aquilo que nos é necessário sempre esteve disponível. É parecido com uma situação onde sonhamos em comprar um carro.
Se não dermos a conhecer esse propósito a fábrica não terá como saber que deve produzir o carro. Ao manifestarmos o desejo acabaremos por movimentar as providências que farão com que o carro saia da fábrica. Assim também é na vida.
Quando verdadeiramente confiarmos na bondade de Deus, quando tivermos fé que o mundo de Deus é um mundo de abundância, nada nos faltará.
Nós, entretanto, não acreditamos nisso, entendemos que para que todos tenham é necessário que se tire de alguém.
A verdadeira riqueza não se distribui desta forma dentro da criação de Deus. A criação de Deus é infinitamente abundante, há o suficiente para que todos tenhamos o necessário sem que tenhamos tirar algo de quem quer que seja.
Enquanto o nosso entendimento é de que para suprir nossas necessidades tenhamos que sacar isso de alguém somente iremos gerar conflitos na vida sem que tenhamos feito “a encomenda para que se fabrique o carro”. Estaremos encomendando para que se tire o carro de alguém.
O que ensinou Jesus?
“Pedi e dar-ser-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou qual de vós, porventura, é o homem que se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma serpente? Ou, porventura, se pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem. (Mateus, VII: 7-11)”.
As palavras de Jesus quase sempre nos soam de uma beleza extraordinária, porém de pouco resultado em nossas ações e em nossa forma de viver por duvidarmos de sua eficácia. Peça e Deus irá atender. Agora é necessário saber pedir, poderemos estar pedindo coisas que não nos levem no rumo da felicidade. Peça e você terá.
Aquele que vive em carência é semelhante àquele que debaixo de uma fonte de águas cristalinas reclama de sede quando bastaria abrir a boca para que fosse saciado. Abra a boca, deixe com que água entre por ela. Peça e virá tudo aquilo que você realmente necessitar, de Deus.
Isso terá que ser o fruto de uma convicção definitiva, isso deve ser uma afirmação de fé. Lamentavelmente, a nossa convicção ainda é diferente. Achamos que o mundo de Deus é um mundo de misérias, é um mundo de privações é um mundo de sofrimentos. Não é esse o mundo de Deus. Esse mundo existe apenas em nosso entendimento, não tem existência real.
Quem é o responsável por sua felicidade ou por seu sofrimento?
Abordemos outra questão responsável por grandes dificuldades e que nos desanima. Não adianta fazer nada como lembram os violeiros que cantam: “eta vida marvada, a gente luta e laboita e não adianta faze nada”.
Temos essa atitude diante da vida. Comparecemos na vida quase sempre como desistentes, como renunciantes.
Nessa altura podemos perguntar: quem é o responsável por sua felicidade ou por seu sofrimento? Quem é?
Vamos novamente nos valer do Evangelho de Jesus, aquele das palavras bonitas que achamos lindas de morrer: a cada um segundo suas obras.
No Espiritismo encontramos uma forma diferente que significa a mesma coisa: lei de causa e efeito.
Ainda encontramos no Evangelho: a semeadura é voluntária e a colheita é obrigatória. Que bonito isso ai, não?
Caso nos detenhamos no significado dessas expressões, a essa pergunta: quem é o responsável por sua felicidade e por seu sofrimento, teria qual resposta?
Com maior probabilidade não diríamos nós, e sim que os responsáveis por nossos sofrimentos são os pais, os filhos, os irmãos, o nosso próximo que nos aborrece. Para que possamos ser felizes cobraríamos de cada um aquilo que entendemos ser essencial para a nossa felicidade.
Essa postura diante da vida, que nos leva a concluir que aquilo que nos é essencial está nas mãos dos outros, ou que os problemas que nos atormentam são causados pelos outros, equivale a aceitarmos uma condição própria dos robôs. Eu tenho fios que ligam-me às pessoas e elas simplesmente puxam-me, fazem com que eu vá para cá ou para lá, fazem que eu vá não sei para onde.
Aqui o convite é muito claro: assuma o comando de sua vida. Você pode comandar a sua vida. As coisas que você faz, e por fazer entendamos as nossas atitudes, as nossas palavras, os nossos pensamentos, produzem resultados. Os resultados são obras daquilo que nós fizemos.
Engraçado, quando começamos a falar sobre isso fica todo mundo ligado nas possibilidades negativas. Ah a pancada vai vir.
Esse mecanismo é também atuante em relação as coisas boas que nos dizem respeito. As coisas sensacionais que causam-nos alegrias e conforto aqui dentro também são obras nossas, também estão associadas às coisas que andamos fazendo.
Então se você quer produzir uma importante mudança em sua vida, observe os resultados do que você anda conseguindo.
Gostou do resultado, faça mais; não gostou do resultado, mude. As pessoas dizem: é a gente muda. Nem sempre mudam, quantas e quantas vezes estamos afundados numa situação crítica, sem resultado, e continuamos, como um bode teimoso, presos naquela única alternativa.
Não somos robôs, temos uma flexibilidade extraordinária que permite que, diante dos estímulos da vida, tenhamos uma resposta que seja adequada, deixando de reagir como aquele cachorrinho de Pavlov, que ao ouvir a campainha começa a salivar.
Agimos mais ou menos assim em nosso relacionamento, alguém fala alguma coisa e nos ofendemos. Achamos que isso é automático quando na realidade não é automático. Podemos dar diferentes significados ofendendo-se ou não segundo a nossa vontade.
Portanto, assuma o comando de sua vida, você é o único responsável por ela, deixe de responsabilizar os outros por sua infelicidade, deixe de cobrar os outros para que lhe ofereçam aquilo que você acha indispensável para a sua felicidade.
Quando assumimos essa responsabilidade acontecem alguns milagres, nós não cobramos mais as pessoas. Ah porque você não faz isso, você não faz aquilo, você não dá beijinho, você não dá tapinha nas costas, você não reconhece, você não elogia, você não premia.
Veja bem, que problemas isso traz em nosso lar, em nosso trabalho, em nossos relacionamentos. Cobramos permanentemente as pessoas, somos agentes de um grande escritório de cobrança. Lembra até aquele tempo que vinham cobradores que se vestiam de vermelho e tocavam tambores nas portas para cobrarem os devedores.
Continuamos com a nossa roupa vermelha, escandalosa, cobrando as pessoas por tudo aquilo que achamos que elas devem fazer para nossa felicidade.
Há, por outro lado, uma vantagem, pois se outros nos acusam de sermos responsáveis por sua infelicidade, podemos esclarecê-los de não ser isso uma verdade. Essa questão é uma estrada de duas mãos.
Isso não diminui a importância de praticarmos a caridade. A caridade é um estímulo agradável que oferecemos aos nossos irmãos. Devemos compreender que a caridade é fundamental para quem a pratica e menos fundamental para quem recebe.
Fazemos uma confusão ao acharmos que a beleza da caridade reside no efeito em quem a recebe. A beleza da caridade está naquilo que ela produz no interior de quem a pratica. Daí é que surge a transformação interior.
Muitas vezes quando doamos, especialmente coisas materiais, percebemos que quase sempre aquele que recebe sente-se até diminuído. O que realiza a caridade sempre irá sentir-se engrandecido.
O exercício da caridade é recurso fundamental para que possamos exercer controle sobre a nossa vida.
Conhece-te a ti mesmo
Essa é uma afirmação extraordinária, recomendamos isso para todos, conhece-te a ti mesmo.
A primeira coisa que precisamos entender é que você não é um cruzado que veio para reformar o mundo. Quando chegamos aqui, quase sempre, perguntamos onde está a minha armadura, onde é que estão as minhas lanças, eu irei combater o mal desse mundo, eu irei mudar todos. Porém não conseguimos nada com esse propósito.
Nossa tarefa é diferente, você veio para realizar um trabalho importante dentro de você e não fora. Ah, eu gostaria de ajudar a humanidade. Perfeito, melhore a sim mesmo, melhore o seu comportamento e a humanidade será melhor.
A busca do conhecimento de quem nos somos é necessário que seja realizada dentro de uma perspectiva adequada. Somos muito drásticos, impiedosos com os outros e conosco também. Achamos que conhecer-se corresponde a instalar um tribunal inquisitório em nosso interior e começarmos a registrar: quanta besteira eu fiz, eu não valho nada mesmo, eu só faço coisa errada, assim não tem jeito.
Conhecer-se tem uma perspectiva muito diferente. Faça o seguinte: você está aqui com os seus comportamentos, coloque-se ao lado, passe a ver você como se fosse alguém neutro em relação às coisas que você faz. Ai você analisa, analisa no seguinte sentido: procure perceber o que o seu comportamento quer dizer, sem qualquer preocupação de culpar-se. A preocupação que devemos desenvolver nesse momento é de aprendizado, não de querer punir-se, desvalorizar-se. Para melhorarmos a nossa compreensão a nosso respeito existem três procedimentos que podem ajudar muito.
Um deles é não julgar, observe simplesmente o seu comportamento de forma atenta, equilibrada, sábia. Será bom continuar com esse comportamento? Com resultados pouco agradáveis é bom mudar, sem culpa. Ah isso que estou fazendo é sensacional. Muito bem, vá em frente continue fazendo. Entretanto, evite vangloriar-se - “eu sou o bom” - isso também é um julgamento. Não julgar é ser isento não achar-se uma droga e tampouco superior a quem quer que seja. Tome simplesmente o resultado de suas ações e ver como é melhor você lidar com isso.
Temos um hábito que dificulta o autoconhecimento, o nosso hábito de justificar tudo o que fazemos de bom ou de ruim. Sempre as pessoas tem uma justificativa para aquilo que fez. Justificada uma ação inadequada abrimos caminho para voltar a repeti-la. Sempre é possível apresentarmos justificativas convincentes para nós mesmos, chegamos a repetir mentiras e chegarmos a acreditar nelas. Deixe de justificar-se, analise os resultados de suas ações: gostou faça mais, não gostou mude. Entendemos ser necessário fazermos uma prestação de contas pública a todo momento, apesar de nossas justificativas em geral não serem aceitas pelas pessoas. Os outros também possuem justificativas, especialmente se entendem que você errou.
Além do julgamento e da justificativa temos o apego como embaraço sério em nossas vidas. Apegamo-nos a ideias, a coisas, a pessoas e ficamos cegos e obcecados.
Em relação ao nosso autoconhecimento precisamos ter um entendimento adequado a respeito de nossa compreensão. Diante de novas explicações, de novos aprendizados concluímos ter atingido compreensão plena. Observe que a compreensão é semelhante à fome: comemos ficamos satisfeitos para logo mais voltarmos a ter fome. A compreensão é assim também, precisa ser permanentemente alimentada com novos conhecimentos. Conhecimentos que aprofundem a abordagem ou que tragam novos ângulos novas possibilidades.
Como vemos o nosso próximo?
Como nós vemos o nosso próximo? O próximo eu gostaria que você um pouco mais distante!
Ele foi escolher logo aquilo para fazer quando tinha tantas alternativas melhores. Não é essa a nossa percepção? Que “burrada” que ele fez, tinha tanta coisa para fazer e foi fazer logo essa “burrada”. Como você sabe que ele tinha outra alternativa?
Uma pergunta, vocês quando acordam de manhã lançam algum propósito da seguinte natureza: hoje irei fazer uma grande besteira, hoje irei aborrecer as pessoas. Vocês já fizeram isso em alguma oportunidade? Se perguntarmos a cada um a resposta será: claro que não. Ora se você não faz isso, por que achar que o outro faz?
Há uma coisa que precisamos entender, ninguém quer errar. Queremos acertar, queremos ser mestres da vida, queremos nos aproximar de Deus, queremos reconhecer as suas leis, mas nos equivocamos. Faz muito mais sentido encararmos o comportamento do próximo de maneira diferente, aquilo que ele fez era o melhor que poude escolher. Ah, mas não gostei. Tudo bem você pode não ter gostado mas era o melhor que estava à disposição, era a melhor alternativa que ele tinha. Ah você quer que ele mude? Só tem uma forma, ele terá que incorporar em sua forma de ser outras alternativas para tenha melhores escolhas.
Temos um péssimo hábitos quando nos comparamos com o próximo, pegamos nossas virtudes e comparamos com os defeitos dos outros. Adivinhem quem irá ganhar nessa comparação. Ganharemos sempre.
O que fazer
Aproveitemos as pequenas coisas de cada dia, as gotinhas. A vida nos oferece em todos os momentos oportunidades que são pequenas, simples gotinhas. Fiquemos atentos para percebermos o surgimento das gotinhas que possamos jogar naquele copo com água suja.
Lembremos de mensagem de Jesus possível de ser consultada no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, assinada pelo Espírito da Verdade, onde diz: instruí-vos e amai-vos. Trata-se de um convite permanente para nós buscarmos o conhecimento. Não apenas o conhecimento encontrado no Evangelho, Jesus refere-se todo e qualquer conhecimento. Como conhecimento fundamental temos a compreensão da vida para sabermos como ela se manifesta, para que ela serve, para onde estamos indo.
Alivie o seu coração, elimine as suas culpas, elimine os ressentimentos, veja que coisa aborrecida é esta de carregar ressentimentos. Alguém fez algo que você não gostou e você ao guardar ressentimentos consegue além do desconforto presente na ação mantê-lo pelo futuro como lixo que não consegue descartar. Livremo-nos do ressentimento, lembrando que ele é algo que nós mesmos construímos aqui dentro, não foi o outro que entrou aqui e construiu o ressentimento. Se nós construímos podemos também jogar o ressentimento fora. O bom não é ser hábil em perdoar, o bom é nem sermos ofendidos. Aquele que não se ofende não tem o que perdoar. Imaginem Jesus perdoando, ele não perdoa pois não se ofende.
Alivie o seu coração, elimine as suas culpas, ressentimentos e especialmente os sentimentos de ódio, esse então é melhor nem dizer. O ódio curtido joga inúmeras toxinas em nossa corrente sanguínea, desequilibra o nosso perispírito, enfim um verdadeiro desastre. O ódio é algo de nossa inteira responsabilidade também, não são os outros que introduzem o ódio em nosso interior.
Orar e agir, agir e orar. Na vida para não errarmos façamos duas coisas: primeiro oremos a Deus como se tudo dependesse de nossa oração; segundo, trabalhemos como se tudo na vida dependesse de nosso trabalho.
Faça da caridade o lema de sua vida. Realmente, a caridade é a porta da felicidade que nos aguarda. Aperta essa porta teremos acesso àquilo que tanto procuramos.
Adotemos Jesus como modelo e busquemos os nossos recursos interiores. Você é uma criatura divina. Jesus é o modelo, mas os recursos que finalmente vão transformar a nossa vida já estão em nós. Permitamos que aquela luz gloriosa que é a nossa essência possa projetar-se, indo além de nossa esfera e possa envolver, gradativamente, todos que estão à nossa volta.
Amar a Deus amando o próximo, amar a Deus em todas as coisas. Amar a Deus em todas as coisas. Isto quer dizer amar a Deus em uma flor, num animal, no ar, nas nuvens. Amar a Deus em todas as coisas. Deus manifesta-se para nós em todas as coisas. Enquanto houver algum tipo de desarmonia entre nós e a criação de Deus, não teremos ainda entendido quem é nosso Pai. Essa desarmonia mantém-nos fechados sem que possamos perceber a presença de Deus. Só teremos essa percepção no momento em que conseguirmos amar a Deus em todas as coisas que nos cercam, não apenas nas pessoas.
Lembre-se ame profundamente você também. As pessoas pensam que amar a si próprio é egoísmo. Não é egoísmo. Se você não estiver bem consigo mesmo como é que você irá conseguir amar o próximo? A primeira condição é termos conhecimento de quem nós somos. Quando temos esse conhecimento encontramos motivos suficientes para amarmo-nos, que é uma sublimação do egoísmo. O egoísmo faz parte do passado, quando ele ajudou em nossa caminhada, mas agora é o momento da sublimação. Que esse sentimento seja transmutado.
Amar-se não é egoísmo, mas condição para que você ame aqueles que estão fora, o seu próximo. Amar a si próprio é descobrir a sua essência divina. Portanto não é um ato de egoísmo e sim a maneira para você encontrar Deus. Esse é o objetivo de sua transformação interior.
Um desafio
Doravante quando você encontrar-se com alguém, ao retirar-se deixe essa criatura melhor do que você a encontrou. Ao encontrarmos alguém exercitemos a capacidade de reconhecer a força de Deus em nós, ofereçamos uma palavra, uma atitude um pensamento que deixe essa pessoa melhor do que nós a encontramos.
Vocês possuem o hábito de conversarem consigo mesmo. Claro todos fazemos isso. Então, doravante façam o seguinte: toda a vez que estiverem conversando consigo mesmo, ao terminarem essa conversa deixem vocês também melhores.
Louvado seja nosso Pai, de amor, de justiça, de perfeição. Que Ele abençoe todos vocês agora e sempre.