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MELHOR DO QUE PERDOAR É NÃO SE OFENDER

Melhor do que perdoar é não se ofender (parte 1) - Unknown Artist
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Melhor do que perdoar é não se ofender (parte 2) - Unknown Artist
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         Ofensa deve ser entendida como o conjunto de sentimentos negativos que tornam desconfortável o estado interior das pessoas. Formam o conjunto as mágoas, ódios, ressentimentos e a culpa.

 

ESQUECER AS OFENSAS

 

         O primeiro equívoco em relação ao perdão é encontrado na recomendação: para perdoar é necessário esquecer as ofensas. Ela é tida como condição essencial para que haja perdão, sem que haja indicação de como pode ser alcançada.  Será possível esquecer?

         As experiências da vida tanto as boas como as negativas não são e nem devem ser esquecidas, representam as lições da vida, os bons alunos não esquecem suas lições. A condição capaz de favorecer o perdão deve ser buscada de em outro procedimento.

 

SÓ EXISTEM OFENDIDOS NÃO EXISTEM OFENSORES

 

         O mais sério de todos equívocos é aquele em que se atribui às pessoas a capacidade de ofender os outros. A ofensa é obra do próprio ofendido.  A maioria das ofensas podem ser classificadas como “secretas”, apenas o ofendido tem conhecimento delas. Decorrem de ações ou da falta delas que o suposto “ofensor” desconhece, mas que frustram as expectativas do ofendido.

 

ESTÍMULO, SIGNIFICADO E REAÇÃO

 

         A ofensa não é o resultado direto da reação diante de um estímulo. Diferentes pessoas ante um mesmo estímulo costumam ter reações diferentes. Grande impacto ocorre na vida das pessoas quando descobrem que a reação vincula-se ao significado que dão aos estímulos. A diversidade de significados explica as reações diferentes diante de um mesmo estímulo.

         Dar significado nada mais é do que a capacidade das pessoas fazerem escolhas pelo uso de sua prerrogativa de liberdade. O espaço existente entre o estímulo e reação é o campo onde o “livre-arbítrio” é exercitado.

         A liberdade de escolha permite que o ser humano trace o seu destino, deixa de ser vítima e descobre que não é o produto do determinismo genético, cultural e de suas próprias experiências anteriores. A escolha, segundo essa faculdade, permite a existência de  seres livres e responsáveis por seus destinos.

         Expressões populares, como “conte até dez” ou “respire profundamente”, pretendem alargar o espaço entre o estímulo e a reação no sentido de favorecer escolhas mais adequadas.

         Melhor é não se ofender. Sem essa capacidade não há como perdoar. Perdoar deve ser entendido como a capacidade de escolher significados para os estímulos que evitem a ofensa. Melhor atribuir significados que favoreçam a vida pela ampliação da esperança, da capacidade de superar desafios e que possam destacar o que melhor há no ser humano.

 

O MAIOR BENEFICIADO PELO PERDÃO

 

         Quanto se parte do pressuposto de que existem ofensores, somado ao orgulho do ofendido, comete-se outro equívoco quanto se atribui benefício pelo perdão ao “ofensor”. O benefício pela eliminação da ofensa é condição exclusiva daquele que abriga esse sentimento. Liberta-se de causas que podem debilitar a saúde e o equilíbrio emocional, sempre motivos para sofrimentos.

 

ABANDONAR O REVIDE E A VINGANÇA

 

         Um grande passo será dado para evitar a existência de ofensas ou na eliminação daquelas que já estejam instaladas no íntimo das pessoas, é abandonar propósitos de revides ou vingança. Esse propósito é que explica o motivo para se conservar as ofensas mesmo provocando grandes sofrimentos. A ofensa cultivada e realimentada oferece a motivação para que se concretize a vingança.  No lugar do "olho por olho, dente por dente" a recomendação de Jesus, que se reproduz em todos religiões e filosofias espiritualistas na regra de ouro: faço aos outros o mesmo que você deseja para si próprio.

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