VIRTUDES â PRUDĂNCIA
VIRTUDES CARDEAIS
As virtudes cardeais sĂŁo aquelas virtudes essenciais na qual todas as outras decorrem. SĂŁo em nĂșmero de quatro: prudĂȘncia, fortaleza, temperança e justiça.
VIRTUDES TEOLOGAIS
Na Ătica religiosa a FĂ©, a Esperança e a Caridade sĂŁo chamadas teologais, porque nĂŁo sĂŁo elas produtos de um hĂĄbito, pois o homem nĂŁo as adquire atravĂ©s de seu prĂłprio esforço.
O QUE Ă PRUDĂNCIA
Houaiss
1 virtude que faz prever e procura evitar as inconveniĂȘncias e os perigos; cautela, precaução
Ex.: <dirija com prudĂȘncia.> <por prudĂȘncia deixou de ir Ă manifestação>
2 calma, ponderação, sensatez, paciĂȘncia ao tratar de assunto delicado ou difĂcil
Ex.: fale com ele com muita prudĂȘncia. sobre a sua doença.
Michaelis
1 Virtude que nos faz prever e evitar as faltas e os perigos e que nos leva a conhecer e praticar o que nos convém. 2 Cautela, precaução. 3 Circunspeção, sisudez, seriedade, tino. 4 Moderação
A PrudĂȘncia Ă© a virtude que nos ajuda a escolher. NĂŁo se trata de escolher coisas fĂșteis, a PrudĂȘncia
nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem. Ă uma escolha muito
importante e que a qualquer momento precisamos fazer. Vou estudar ou vou descansar? Depende da
hora. Se for hora de estudar, deve-se estudar, se for hora de descansar, deve-se descansar. Ă a
PrudĂȘncia que ajuda a compreender essas coisas. Ela aproveita a hora propĂcia, o lugar acertado
onde devemos estar e nos impede de tomar decisÔes precipitadas. O lema dela é: fazer o que é certo,
na hora certa, no lugar certo.
CITAĂĂES
O homem prudente nĂŁo diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz.
AristĂłteles
O valor que nĂŁo tem por fundamento a prudĂȘncia chama-se temeridade, e as façanhas dos temerĂĄrios devem atribuir-se mais Ă sorte do que Ă coragem.
Miguel de Cervantes
O homem sensato conserva parte de suas forças para o dia seguinte: não tenta fazer tudo uma só vez.
Miguel de Cervantes
O prudente, pelo que passou e pelo que passa, julga o que hĂĄ de passar.
Miguel de Cervantes
NĂŁo conte os seus pintos antes de saĂrem da casca
Esopo
HĂĄ muitas ocasiĂ”es em que a mesma prudĂȘncia recomenda o aventurar-nos
MarquĂȘs de MaricĂĄ
PrudĂȘncia Ă© saber distinguir as coisas desejĂĄveis das que convĂ©m evitar
Marcus CĂcero
Prudente Ă© um homem que acredita em dez por cento daquilo que ouve, num terço daquilo que lĂȘ e em metade daquilo que vĂȘ
Ambrose Bierce
Os que são prudentes e humildes raramente tropeçam.
ConfĂșcio
O homem prudente deve ordenar, segundo a importĂąncia, todos os seus interesses e saber impeli-los para frente, cada um na sua ordem. A nossa avidez muitas vezes os emaranha, obrigando-nos a correr para tantas coisas de uma sĂł vez que, por excesso de desejo das menos importantes, terminamos por perder as mais importantes.
François
Reflete pelo menos trĂȘs ou quatro vezes num projeto antes de executĂĄ-lo. Sempre nos arrependemos do que fazemos com precipitação.
Teognis
Ouve, vĂȘ e cala se em paz viver tu queres.
Provérbio medieval italiano
Escuta mil vezes, fala uma sĂł.
ProvĂ©rbio Ărabe
PrudĂȘncia Ă© o medo caminhando na ponta dos pĂ©s.
Michel Zamacois
Não atires fora a ågua de que dispÔes, antes de obteres outra.
Provérbio Latino
Quanto mais humilde for cada um em si e mais sujeito a Deus, tanto mais prudente serĂĄ calmo em tudo.
Thomas A Kempis
Em todos os tempos, os prudentes sempre venceram os audazes.
Autor desconhecido
NĂŁo hĂĄ sorte e nem desgraça: o que hĂĄ Ă© prudĂȘncia e imprudĂȘncia.
Autor desconhecido
ENCONTRAM-SE, NA PRUDĂNCIA ESTES ELEMENTOS
MemĂłria: a PrudĂȘncia Ă© desenvolvida pela experiĂȘncia e pelo tempo. A experiĂȘncia resulta da
memĂłria dos casos repetidos. Considera-se, assim, que os velhos estejam "mais aparelhados" do
que os jovens para agir prudentemente, embora a PrudĂȘncia nĂŁo lhes seja exclusiva.
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Intelecto/RazĂŁo: todo o processo da razĂŁo procede do intelecto e a PrudĂȘncia Ă©, justamente, a aplicação da
razĂŁo reta aos atos.
Docilidade: como os casos particulares sĂŁo infinitamente diversos e nĂŁo podem ser considerados
por um Ășnico homem, Ă© necessĂĄrio que o homem esteja pronto para receber o ensino da realidade e
de outros. Precisa estar aberto a aprender e apreender a realidade com suas prĂłprias experiĂȘncias.
Sagacidade: o indivĂduo precisa estar pronto a descobrir o que convĂ©m a cada situação.
ProvidĂȘncia (ver de longe): determina com antecedĂȘncia, prevendo se determinado ato serĂĄ ou nĂŁo
verdadeiro caminho para a realização do bem. Ă a principal parte da PrudĂȘncia.
ReflexĂŁo ou Circunspeção: trata-se do exame e da comparação dos meios, levando em consideração as circunstĂąncias que se apresentam na realidade. O homem prudente pensa antes de agir, e o espiritualizado, alĂ©m disso, ora e calcula os prĂłs e contras, considera os ensinamentos da experiĂȘncia prĂłpria e alheia.
Cautela: versa sobre os atos contingentes no sentido de que o mal seja evitado, mesmo estando
mesclado com o bem, devido a multiformidade dos atos.
Determinação e Realização: O homem prudente, depois de pensar, toma uma decisão. Depois de
examinar bem um assunto e decidir-se sobre ele, deve transformå-lo em ação, porque só se torna
um ato de PrudĂȘncia quando realizado.
O AGIR IMPRUDENTE Ă DEVIDO A:
Precipitação: que corresponde Ă ação movida pelo Ămpeto da vontade ou da paixĂŁo. Em casos como este o sujeito age sem se ater aos passos ou etapas necessĂĄrias Ă razĂŁo reta, quais sejam: memĂłria das coisas passadas, inteligĂȘncia das recentes, astĂșcia no considerar os acontecimentos futuros, raciocĂnio e docilidade.
Inconsideração: falta de retidĂŁo do juĂzo. Ă, portanto, uma falha no ato de ajuizar o que jĂĄ foi observado a partir da realidade.
Inconstùncia: abandono de um bem maior a que antes se propunha em vista de paixÔes que
desordenam a vontade. Falha-se, portanto, no ato de ordenar o que fora aconselhado e julgado pela
razĂŁo.
NegligĂȘncia: Trata-se de uma falta de uso dos meios que conduzem ao fim, o que Ă© peça fundamental e decisiva do agir prudente.
ChamarĂamos, entĂŁo, de imprudentes as açÔes pautadas exclusivamente por objetivos relacionados ao sucesso profissional, amoroso, financeiro, etc. e desvinculadas do bem do homem e da alma.
Outro vĂcio que guarda certa semelhança com a PrudĂȘncia Ă© a astĂșcia, que corresponde ao uso de
meios nĂŁo verdadeiros com vistas a atingir um determinado fim.
A ImprudĂȘncia parece, assim, caracterizar a vida do homem moderno tĂŁo cheio de cobranças para
que realize coisas (ganhe dinheiro, pague as contas em dia, compre coisas, etc., etc.).