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VIRTUDES DOS FILHOS DE DEUS

Virtudes dos Filhos de Deus - Unknown Artist
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        VOCÊ TEM QUALIDADES

 

“As opiniões dos outros machucam você. Principalmente a opinião daqueles que você mais gosta.

Reaja, porém, à tristeza e à angústia.

Não é a sua aparência que vale. É o seu íntimo. Aquilo que só você e Deus veem.

Você é uma pessoa cheia de qualidades. Traz dentro de si a força poderosa que vem de Deus.

Reconheça o seu valor.

Reconhecer-se com qualidades é montar um esquema de segurança para o campo íntimo.”

                                                                               “Sementes de Felicidade” de Lourival Lopes

 

FOCO NOS DEFEITOS

 

           Há os que dão atenção especial aos defeitos, às coisas equivocadas que fazemos, mas é de grande importância considerar nossas qualidades, as virtudes das quais somos portadores.

           Pela posição de muitas religiões percebemos que há ênfase no sentido de destacar os defeitos encontrados em nossas ações e comportamento. Recomendam combater os defeitos e reprimir as coisas erradas que fazemos.

           Essa orientação resulta em consequências que nos trazem problemas na vida, quando a crítica é feita de forma intensa por autoridades às quais devotamos algum tipo de consideração. Pode ser um sacerdote, um professor, nossos pais, amigos, chefes e outros superiores hierárquicos.

           Quando há sucesso no constrangimento produzido pelo realce dos defeitos é muito comum as pessoas concluírem que são criaturas desprezíveis por só fazerem coisas erradas.

           Ainda que se esforcem acreditam não fazer nada que possa justificar uma apreciação favorável a seu respeito.

           É jogar água fria e quanta água fria sobre a autoestima das pessoas.

           Com esse processo de desqualificação a autoestima é debilitada e surgem dificuldades para enfrentar os desafios da vida.

 

MUDAR O FOCO

 

           O momento atual exige mudar o foco. No lugar de combater o que fazemos de errado devemos desenvolver nossas virtudes, colocar para fora aquilo que há de bom dentro de nós. Para isso é necessário superar as dúvidas sobre a existência das virtudes como condição essencial do ser humano.

 

A ÁRVORE COMO METÁFORA

 

            Façamos uma analogia entre nós e uma árvore, pode ser um pé de Jatobá também conhecido como Jataí. Árvore majestosa e de grande beleza também presente em sua semente. Pode alcançar quarenta metros de altura e um diâmetro de até três metros, e sua semente dois ou três centímetros.

           A semente mesmo pequena diante do expressivo porte do Jatobá merece a mesma admiração e consideração, traz em si tudo o que fará com que a planta possa existir.

           Chamemos as qualidades da semente de virtudes cuja manifestação se dá por um processo de cultivo que reúne a contribuição do solo, água, luz, calor e tempo. Surgirá um pequeno broto que crescerá transformando-se na árvore que é a manifestação da essência da semente.

           O solo, água, luz e calor permitem que a árvore surja, mas nada disso é acrescentado à planta. Ela tem na semente tudo para que possa se manifestar numa árvore frondosa.

           Assim também somos nós. Sementes divinas capazes de manifestar a excelência própria dos filhos de Deus.

 

SOMOS FILHOS DE DEUS

 

           Somos filhos de Deus, segundo ensinamento espiritual oferecido por grandes mestres, criados à Sua Imagem e    Semelhança. Isto significa que somos criaturas divinas, pois os atributos do Criador também estão presentes em Sua criação.

Numa gota do mar encontraremos as propriedades das águas que preenchem os oceanos por maiores que sejam. Se considerarmos Deus como uma fonte de luz seremos uma “gota de luz” criada à Sua Imagem e Semelhança.

           Jesus disse "sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito".

           Podemos tomar esse imperativo segundo duas concepções. Uma de que em algum momento alcançaremos a perfeição, mas é possível entender para reconhecer que já temos essa condição que pode ser na forma de semente como descrito na analogia com o Jatobá.

           Isso significa que a nossa essência, aquilo que verdadeiramente somos, traz as características que nos assemelham a Deus. Chamemos, portanto essas características divinas de nossas virtudes, somos filhos virtuosos.

 

ENSINAMENTOS DE YOGANANDA

 

           Além dos ensinamentos de Jesus podemos encontrar a exaltação da condição divina dos filhos de Deus em outras fontes de conhecimentos espirituais. O destaque a seguir é de autoria de Paramahansa Yogananda obtido do livro “Onde existe luz”, uma coletânea organizada por seus discípulos.

           “Deus criou todos os homens à Sua Imagem e deu liberdade a cada um deles. Mas você esquece a Fonte de seu ser e o poder sem igual de Deus, que é intrínseco a você. As possibilidades deste mundo são ilimitadas, o progresso potencial do homem é ilimitado.”

           “Muito maior do que qualquer coisa ou de que qualquer pessoa que você ansiou ser é o que você é. Deus manifesta-Se em você de um modo que não Se manifesta em qualquer outro ser humano: sua face é diferente da de qualquer outra pessoa. Você se basta a si próprio, pois dentro de sua alma está o maior de todos os tesouros: Deus.”

           “Todos vocês são deuses; se, pelo menos, pudessem ter consciência disso... Por trás da onda de sua consciência está o mar da presença de Deus. Você precisa olhar para dentro de si.”

           Paramahansa Yogananda foi o primeiro grande mestre da Índia a viver no Ocidente por um longo período (mais de trinta anos). Ele foi o último de uma sucessão de três grandes mestres indianos (Mahavatar Babaji, Lahiri Mahasaya e Swami Sri Yukteswar), tendo a missão de trazer para o ocidente a redentora mensagem e técnica de kriya yoga. http://www.yogananda.com.br   

 

NÃO HÁ PORQUE DESQUALIFICAR OS FILHOS DE DEUS

 

           Deus não criou filhos com marcas do erro e que portem condições negativas que possam justificar a sua desqualificação.

           Qual é o argumento para desqualificar a obra de Deus? Muitas vezes é dito que de fato fomos criados à Imagem e Semelhança de Deus, mas em nossas experiências escolhemos opções equivocadas e terminamos por nos degradar.

           Isso significa que conseguimos eliminar ou reduzir a qualidade dos filhos de Deus? O que era perfeito deixa de ser perfeito?

           Não existe essa possibilidade, a criação perfeita de Deus nunca e em nenhuma condição perderá essa condição.

           E os erros e os equívocos que cometemos?

           São apenas coisas que fazemos e não representam o que somos.

 

JOELHOS ESFOLADOS

 

           Usemos mais uma comparação singela pela observação de uma criança.

           Para aprender a andar olha as pessoas a sua volta, imita o que fazem e em suas primeiras tentativas não será bem sucedida, cairá e esfolará seus joelhos.

           Onde será que a criança busca a capacidade de andar? É algo que está nela ou introduzirá em si algo que buscará fora?

A capacidade de andar da criança está nela mesma, uma virtude que através do exercício se manifestará. Depois de algum tempo fará isso de maneira adequada, andará, correrá e irá até pular. Tudo por ter desenvolvido algo existente em seu interior.

Chamemos os “joelhos esfolados” de erros. É uma condição inerente ao processo de aprender a andar, temporária e logo superada, não diz respeito àquilo que a criança é e sim ao que ela faz.

 

NOSSOS ERROS

 

           As coisas equivocadas que fazemos dizem respeito às experiências que executamos ao longo de nossas encarnações com o propósito de manifestar nossas virtudes, condição divina de que todos nós somos portadores.

           Da mesma forma que a criança tem dificuldade para, de pronto, andar de maneira adequada também temos essa deficiência em relação às nossas virtudes. Quando observamos as pessoas no erro, na incapacidade de executar suas experiências adequadamente o que está em andamento é o processo necessário para a manifestação das virtudes.

 

NO LUGAR DE REPRIMIR DESENVOLVER VIRTUDES

 

           Usualmente somos alertados para a necessidade de reprimir nossos erros em desconsideração ao que ensina a psicologia: ao reprimir algo acabamos por fortalecer ainda mais o que queremos eliminar.

           Combater o egoísmo surge com destaque em propostas de repressão. Colocar nossa atenção e energia nesse comportamento reforçará ainda mais o egoísmo. Melhor é desenvolver o altruísmo que é uma virtude que afasta sem lutas e sofrimento o egoísmo.

           Há um aspecto a ser considerado, mesmo que fosse possível combater e vencer o egoísmo isto nos transformaria em criaturas altruístas.

           Deixar de ser egoísta nos dá a habilidade de ser altruísta? Não dá, para ser altruísta e necessário exercitar essa virtude, colocar em prática essa virtude.

           Portanto, no lugar de combater a impaciência procuremos desenvolver a paciência, no lugar de combater a intolerância desenvolver a tolerância.

            Somos portadores de todas as virtudes que possamos enumerar que pensamos que possam existir. Qualquer virtude que se destaque em alguém também pode ser encontrada em nós mesmos.

           Tomemos o amor, a maior virtude.

           A nossa essência é constituída de amor porque Aquele que nos criou é amor. Se Deus é amor nós também somos e podemos manifestar essa condição através de nossas experiências quando dedicamos nossa atenção, carinho, cortesia para com as pessoas de nosso convívio.

           Da mesma forma como a criança manifesta sua capacidade de andar nós vamos aos poucos manifestando a nossa capacidade de amar. Da mesma forma que o cultivo da semente do Jatobá aos poucos manifesta a grande árvore que será capaz de oferecer sombra e frutos assim também ocorre com nossas virtudes.

           Deixemos de dar atenção ao processo de desvalorização do ser humano.

           Se quisermos honrar e dignificar Deus precisamos reconhecer em nós a grandiosidade de Sua obra. Quando reconhecemos isso em nós também seremos capazes de perceber a grandiosidade nas pessoas que nos cercam.

           Nossos vínculos com Deus e com o próximo são estabelecidos através das virtudes. 

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